É com muito carinho e gratidão que publicamos o artigo sobre a Festa de Comemoração aos 50 anos da Casa Nazaré escrito carinhosamente por Pe. Carmine Mosca na sua coluna no Jornal Diário de Suzano do dia 16 de outubro de 2015.
"São milhares de pessoas, que durante o ano, utilizam a
estrada da Fazenda Viaduto, para chegar a Casa Nazaré, um lugar que parece um
oásis, de silêncio, paz e harmonia.
Há grupos que ficam a semana inteira para meditar, rezar e
refazer as suas forças, outros ficam apenas nos finais de semana. O terreno em
torno da Casa de Retiro é todo coberto de grama verdinha, brilhando ao sol
claro da manhã. A luz do dia entra rasteira nos quartos e ilumina os olhares de
jovens e casais, que acordam com tudo o que é vida, música e certeza das
conquistas que virão. As pessoas são acolhidas pela Irmã Julia e pelo Irmão
Paulo, auxiliados pelas Irmãs Inês e Tereza. A Casa Nazaré comemorou no fim de
setembro, 50 anos de sua fundação. Foi idealizada e construída ao tempo de Pe.
Guilherme Hopp, membro da Congregação dos Padres do Verbo Divino. Prestigiaram
o evento Dom Pedro Luiz que presidiu a celebração, tendo ao seu lado Pe. Edson
de Castro e outros concelebrantes.
Pe. Guilherme, de origem alemã, deixando seu país, foi para
o Japão, onde trabalhou como missionário e após 12 anos escolheu o Brasil como
nova terra de missão, privilegiando a colônia japonesa, que vivia em Suzano.
Conhecendo bem a língua e a cultura japonesas, tornou-se o
Capelão da colônia, mantendo um estreito e familiar contato comas famílias
japonesas.
Acompanhou sempre de perto o trabalho com as crianças,
realizado pelas Irmãs, na Escola Jardim de Infância Tenshi Yoochien (conhecida
como Anjo da Guarda).
Desde então, as Irmãs trabalharam na creche, morando na Casa
Nazaré.
Passaram anos de trabalho, sonhos, lutas, dor e encanto, no
serviço às crianças na creche e aos adultos, que se alojavam na Casa Nazaré
para alguns dias de retiro. Com a morte do Pe. Guilherme em 1985, Pe. Bernardo
assumiu a direção da Escolinha juntamente ao Sr. Edgard Rogerio. Faleceram
também duas das cinco irmãs, Maria Benedita e Ana.
Na Escola Infantil as Irmãs trabalharam durante 33 anos,
transferindo o prédio em 2003 para a Diocese que o transformou em Colégio
Católico de Ensino Fundamental e Médio. Hoje, na Casa Nazaré, as pessoas dão
palestras, discutem, refletem e meditam mensagem do Evangelho, mesclando as
verdades divinas com as realidades humanas, comunicando a paz, a justiça e a
Boa Nova da utopia cristã. Voltam para casa, carregando no peito a reserva
bendita de uma nova vida. Pois, sabemos que na cidade o barulho e a vida
frenética imobilizam e sufocam o espírito das pessoas, engolindo-as numa
profunda tristeza. O remédio para tantas dores da vida é contemplar a natureza,
o pôr do sol, as vibrações das árvores, das flores e dos pássaros. Na Casa
Nazaré é possível sentir o cheiro da terra, a fala da terra, o respiro e o
espírito da terra.
É uma pena, porém, que um lugar tão bonito, corre o risco de
ficar sufocado pelas construções de fábricas, que estão se expandindo na
Fazenda Viaduto, declarada área urbana. A estrada está muito desgastada e
poderá ficar pior com o transporte de material necessário para as construções.
O território em torno da Casa Nazaré vai perdendo o seu encanto original e às
centenas de pessoas, que continuarão a revigorar o próprio espírito naquele
lugar, talvez não lhes será possível dirigir os olhares na direção da mata, das
hortas, das plantações ocupadas pelos edifícios.
Porém, na Casa Nazaré, suspirarão aliviadas e seguras,
porque a luz, o silêncio e a paz estarão sempre ali".
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